A verdade sobre a Bancoop

03/02/2016 - 13:22

Investigada por duas CPIs, nenhum desvio foi encontrado, mas Bancoop é novamente utilizada em ano eleitoral para fazer disputa política

A Bancoop foi criada em 1996 por militantes bancários, com apoio do Sindicato e o objetivo de possibilitar aos trabalhadores realizar o sonho da casa própria. Como cooperativa, não visava o lucro e conseguia construir empreendimentos de qualidade a preço de custo. Atualmente, 5.698 famílias vivem em casas ou apartamentos feitos pela Bancoop.

A partir de dezembro de 2004, com a morte de Luiz Malheiro, presidente da cooperativa desde sua fundação, e integrantes do departamento financeiro, num acidente de carro, assume uma nova diretoria que tem de fazer uma reorganização administrativa na Bancoop. De acordo com o formato de cooperativa, qualquer eventual diferença entre o custo estimado do imóvel e o efetivamente gasto seria rateada entre os cooperados. A recusa em aceitar esse rateio em alguns casos gerou um déficit que acabou por dificultar a conclusão de algumas unidades.

A situação foi agravada pela guerra política travada em torno da Bancoop, principalmente em anos eleitorais. Muito se diz, sem nada ser comprovado. A cooperativa passou por duas CPIs (na Assembleia Legislativa e no Senado) e nenhum desvio foi constatado. Um procedimento no Ministério Público foi arquivado por falta de provas.

A partir de 2007, o promotor José Carlos Blat, do MP de São Paulo, faz denúncias contra a Bancoop por cerca de um ano via imprensa, sem efetivar inquérito no qual a cooperativa tivesse oportunidade de apresentar defesa. Mesmo infundadas, essas denúncias divulgadas pela mídia assustaram cooperados que desistiram de pagar, abalando a estrutura da cooperativa.

Quando o processo é instalado e pode enfim de defender, a Bancoop apontou 593 erros do promotor, que estão sendo questionados judicialmente. Dentre eles, o pilar da denúncia: um suposto cheque de R$ 38 milhões que, na verdade, era de R$ 38 mil. Uma das muitas inconsistências apontadas pela Bancoop, que sempre deu todas as explicações solicitadas pela Justiça. Confira também no www.bancoop.com.br

Dados – Em assembleia com bancários e por solicitação dos trabalhadores, o Sindicato se comprometeu a acompanhar a situação e a solução dos problemas. Em 2005, havia 14 empreendimentos para serem concluídos e atualmente são três. No total, 25 foram entregues.

A partir da deliberação dos cooperados, em assembleias homologadas pela Justiça, construtoras passaram a trabalhar para finalizar os empreendimentos. Os acordos que levaram às transferências desses empreendimentos para as construtoras (são quatro empresas) ocorreram a pedido dos próprios cooperados: sem um mínimo de 90% de adesões, os acordos não eram concretizados.

Parte dos que desistiram de empreendimentos passados a outras construtoras tiveram restituído os valores pagos, faltam 173. Além das 5.698 moradias entregues, outras 644 foram concluídas via acordos de transferência de empreendimentos aprovados em assembleias pelos cooperados.

O apartamento de Lula e a Bancoop - A mais recente denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva refere-se a um apartamento adquirido por sua esposa, D. Marisa, num empreendimento da Bancoop no Guarujá. Como outros tantos trabalhadores, Lula e sua família queriam ter um espaço na praia para descansar, mas desistiram diante do assédio da imprensa e, como outros cooperados, aguardam para receber de volta o montante empenhado.

Para quem governou o Brasil por 500 anos achando que trabalhador tem de ser explorado, esperando crescer um tal bolo que nunca seria dividido, Lula incomoda e muito. Foi o presidente que mais distribuiu renda, tirou o Brasil do mapa da fome, fortaleceu a economia e o mercado interno, feitos reconhecidos internacionalmente.

Os jornais estão travando uma disputa política que tem por único objetivo evitar que Lula seja candidato em 2018. Nós, do Sindicato, repudiamos a falta de compromisso da imprensa tradicional com a verdade e queremos que a disputa seja travada nas urnas, único espaço onde deve ser julgado o projeto político que governa o Brasil desde 2003.

Repudiamos um jogo sujo que atinge empresas, nomes, reputações, famílias inteiras e paralisa o país. Não por acaso, a maior parte dos atingidos representa a luta dos trabalhadores por mais direitos nesse Brasil tão desigual. É o caso do presidente da CUT, Vagner Freitas. O Sindicato repudia também esse ataque. Leia mais no www.cut.org.br

Fonte: www.cut.org.br